Sob o Signo da Espada
No século VI d.C., o Médio Oriente era partilhado por dois grandes impérios: a Pérsia e Roma. Cem anos mais tarde, um deles tinha desaparecido definitivamente e o outro estava reduzido a um mero cepo quase sem vida. No lugar de ambos, tinha surgido uma nova superpotência: o império dos árabes. E esta convulsão foi tão profunda, que veio a pôr fim ao mundo antigo. Mas as alterações que assinalaram este período não foram meramente políticas nem sequer culturais; também se verificou uma transformação social de incalculáveis consequências para o futuro.
Hoje em dia, mais de metade da população mundial pratica uma das várias religiões que ganharam forma durante os últimos séculos da Antiguidade. Ora, os nossos contemporâneos cujas ideias e cujos comportamentos se fundam na crença num Deus único são um testemunho vivo do impacto ainda hoje exercido por esta época extraordinária e prenhe de convulsões. E contudo, como Tom Holland mostra nesta obra, aquilo em que judeus, cristãos e muçulmanos acreditam foi tema de acesos debates.
Holland analisa a forma como uma sucessão de grandes impérios veio a identificar-se com uma nova e revolucionária concepção do divino. O que o leitor tem nas mãos é uma história de guerras e peste, de imperadores que viveram em sumptuosos palácios e santos ulcerosos que passaram os seus dias em cima de um pilar, de cidades fervilhantes e desertos ermos. Sob o signo da espada é uma narrativa dramática, pejadas de horrores e de feitos heróicos.