O Diário da Viagem de D. Francisca de Bragança
O relato da viagem da infanta de Portugal e princesa imperial do Brasil para França, por ocasião do seu casamento com um príncipe francês, foi escrito por Victorine Emilie (n. 1812), futura Baronesa de Langsdorff, entre 1842 e 1843.
Dama da corte do rei dos franceses, Louis-Philippe d’ Orléans, a Baronesa de Langsdorff era casada com o embaixador encarregue de preparar o casamento do filho do rei, François d’Orléans (1818-1900), príncipe de Joinville, com a princesa imperial do Brasil D. Francisca de Bragança (1824-1898), por sua vez filha do imperador D. Pedro I do Brasil (Pedro IV de Portugal) e irmã do Imperador D. Pedro II.
A viagem inicia-se em França em direcção ao Brasil, passando pela costa africana. No regresso, já com a nova princesa de Joinville a bordo, a simplicidade, alegria e ingenuidade de D. Francisca de Bragança conquistam a Baronesa de Langsdorff que ilustra o seu diário com pequenas histórias da História que divertiram e comoveram os seus participantes e continuam a emocionar o leitor actual.
D. Francisca de Bragança (1824-1898) ou a «Bela Chica» era filha do Imperador D: Pedro I do Brasil (D. Pedro IV, rei de Portugal) e da sua primeira mulher D. Maria Leopoldina, arquiduquesa de Áustria.
Nascida a 2 de Agosto de 1824 no Rio de Janeiro, D. Francisca era irmã de dois soberanos, D. Maria II de Portugal e D. Pedro II do Brasil. A 1 de Maio de 1843 casou, no Paço de São Cristóvão no Rio de Janeiro, com Francisco Fernando Filipe de Orléans, príncipe de Joinville, terceiro filho do «Rei-Cidadão» Luís Filipe de Orléans e da rainha Maria Amélia Bourbon Duas-Cecílias.
Após a Revolução de 1848, D. Francisca de Bragança viveu no exílio em Inglaterra, juntamente com outros membros da família real francesa, regressando com o marido a França em 1870. Visitou por diversas vezes Portugal, a última delas para assistir ao casamento do sobrinho-neto, o duque de Bragança D. Carlos.
Victorine Emilie (n. 1812), Baronesa de Langsdorff, iniciou a escrita do seu diário por conselho do pai quando tinha 15 anos e manteve-o até final da sua vida.