Cartas de Teresa Saldanha na Primeira República (1910-1915)

Cartas de Teresa Saldanha na Primeira República (1910-1915)

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Teresa de Saldanha (1837-1916) foi uma mulher do seu tempo, que ultrapassou o seu tempo. Filha dos terceiros Condes de Rio Maior, D. Teresa Saldanha cresceu em ambiente familiar católico, liberal e politicamente activo.

Cedo sentiu que estava destinada a ajudar os que sofrem, optando por uma vida simples e austera. Começou por fundar a Associação Protectora de Meninas Pobres e depois, na clandestinidade, a primeira Congregação portuguesa depois da extinção das Ordens Religiosas em 1834, as Irmãs Dominicanas de Santa Catarina de Sena, na qual professou a 2 de Outubro de 1887, com o nome de Irmã Teresa Catarina.

Perseguida e despojada dos bens pela Revolução Republicana, a Obra de D. Teresa de Saldanha sofreu um duro revés com as Irmãs exiladas e dispersas. Forçada a viver refugiada e clandestina numa pequena e pobre casa alugada em Lisboa, continuou a orientar a Obra e a acompanhar a partida das suas filhas em missões para diferentes países.

Viveu até ao último dia lúcida, com a mesma vivacidade, atenção e interesse perante os acontecimentos da Igreja e do Mundo.

Faleceu na madrugada de 8 de Janeiro de 1916 com 79 anos. Apelidada de Santa dos tempos modernos pela imprensa da época, o seu processo de canonização decorre em Roma.

«As cartas de Teresa de Saldanha mostram que a santidade é possível mesmo nas circunstâncias mais hostis.»

D. Manuel Clemente

 

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