Enquanto a Europa Dormia
Hoje em dia, a luta pela alma da Europa decorre tão sorrateira e violentamente como nos anos 30. Nessa altura, em Weimar, na Alemanha, o centro da nossa civilização não aguentou, e as suas luzes quase feneceram. Hoje, o continente europeu enfrenta circunstâncias semelhantes. Será que os europeus conseguirão estar à altura dos desafios do islamismo radical, ou será que vão ceder, uma vez mais, aos extremistas?
Bruce Bawer, um escritor e jornalista americano que vive desde 1998 na Europa, percorreu todo o continente — passando por Amesterdão, Oslo, Copenhaga, Paris, Berlim, Madrid e Estocolmo —, e encontrou enclaves muçulmanos a crescerem rapidamente, onde as mulheres são oprimidas e abusadas, os homossexuais perseguidos e espancados, os «infiéis» ameaçados e vilipendiados, os judeus demonizados e atacados, e tradições bárbaras (como o homicídio pela honra e o casamento à força) largamente difundidas, com um repúdio total pela liberdade religiosa e de expressão.
Os políticos e os jornalistas europeus fecham os olhos a tudo isto, vendendo a pele de mulheres, judeus, gays, e abdicando dos princípios democráticos mais fundamentais. Chegou- se ao ponto de criminalizar a liberdade de expressão, com proibições e censuras. As poucas vozes que se atreveram a criticar os muçulmanos extremistas e a defender os valores liberais europeus foram acusadas de fascistas e xenófobas — e tudo isto com o objectivo ilusório de que assim se pacificava o islamismo radical, mantendo a fachada de uma harmonia multicultural.
Testemunhando a reacção vergonhosa das supostas elites europeias ao 11 de Setembro, aos ataques terroristas de Madrid, Beslan e Londres, e às guerras do Afeganistão e do Iraque, Bawer concluiu que a Europa caminha inexoravelmente para o suicídio cultural.
Bruce Bawer é membro do National Book Critics Circle e escreve para o New York Times, o Washington Post Book World, o Wall Street Journal e a New Republic.