«Auto-de-Fé» questiona grandes questões religiosas

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Sessão de apresentação de «Auto-de-Fé» em notícia no Jornal de Espinho

«O livro Auto-de-Fé - A Igreja na inquisição da opinião pública, de Zita Seabra, foi apresentado, no passado sábado, na Biblioteca Municipal Marmelo e Silva. Um livro sobre fé e religião, sob a forma de uma entrevista ao padre Gonçalo Portocarrero de Almada.
Zita Seabra e o padre Gonçalo contaram, na primeira pessoa, como começou esta aventura literária. Apesar do título, este não é um livro sobre a inquisição, mas sobre a fé, explorando questões tão simples quanto complexas, numa conversa improvável. De um lado Zita Seabra, com uma nova forma de questionar a religião, e do outro o sacerdote da Opus Dei, com as respostas pelas quais tantos procuram.

Depois de ter acompanhado o Padre Gonçalo Portocarrero de Almada a uma sessão, onde o ouviu responder com frontalidade a questões como «o que é o céu e onde está?», Zita Seabra decidiu que esse seria o caminho da entrevista. Deixou a política de fora e colocou a fé no centro, discutindo um tema “fora de moda e desactualizado” numa conversa livre.

“O que mais me cativou no Padre Gonçalo foi a sua capacidade para sintetizar. Ele respondeu a tudo com precisão, curto, sem rodeios. E, claro, o seu realismo, profissionalismo e também bom-humor”, lembra Zita Seabra.

O padre Gonçalo teceu também elogios à sua “inquisidora” e o mérito das suas perguntas. “Eu limitei-me a responder. Mas as perguntas foram feitas com muita sabedoria e Zita Seabra sabe interpretar e exprimir aquilo que muitas pessoas gostariam certamente de perguntar”, defendeu. O sacerdote nunca se imaginou num projecto como este nem contava que tivesse tamanha proporção e consequências positivas junto da crítica.

Este é um livro abrangente e que pode ser lindo por todos, independentemente de professarem a religião católica. E o título não foi por acaso: “O facto é que existe uma inquisidora (risos). Mas importa salientar que este título quis também ser uma provocação”.
Ambos os interlocutores mostraram estar felizes por poderem fazer a apresentação do livro na Biblioteca Municipal Marmelo e Silva, e o padre Gonçalo lembrou mesmo que Espinho a avó lhe “puxou as orelhas com alguma frequência na infância”.

A vereadora da cultura, Leonor Fonseca, lembrou a importância destas iniciativas e agradeceu à plateia (familiar mas entusiasmada) que, apesar do mau tempo, não quis perder este encontro de cultura e conhecimento.
Daniela Sá»


 


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