Cartas de Inglaterra
«Isto é tanto mais atroz quanto a criança portuguesa é excessivamente viva, inteligente e imaginativa. Em geral, nós outros, os Portugueses, só começamos a ser idiotas – quando chegamos à idade da razão. Em pequenos temos todos uma pontinha de génio.»
Eça de Queiroz
«Arabi não negava a dívida externa contraída por esse esplêndido perdulário Ismail Paxá, mas reconhecida pela nação e garantida pela sua honra: somente não admitia que a França e a Inglaterra estivessem instaladas no Cairo, à boca dos cofres, esperando a chegada do imposto para empolgar uma parte leonina; de tal sorte que, para satisfazer a voracidade do credor europeu, esmagava-se com tributos o felá, que, por mais que se esfalfasse dia e noite, tinha por fim de recorrer ao usurário europeu. Coisa estupenda! A Europa apresentava-se oficialmente como credora e, para se fazer embolsar, fornecia secretamente o agiota!…»
Eça de Queiroz
«Estas crónicas escritas há mais de um século em Inglaterra para serem publicadas num jornal brasileiro têm uma actualidade insuspeitada.»
Maria da Graça Salema de Castro, in Prefácio